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ANÁLISE :: As duas faces dos falhanços de Netanyahu

Como é sabido, as linhas com que Israel cose a sua política externa e de segurança são diferentes das de qualquer outro país, muitas vezes um pouco para lá daquilo que, desde há uns 150 anos para cá, se vem chamando de direito internacional. Por vários motivos, uns mais, outros menos justificáveis, a chamada ‘comunidade internacional’ apresenta um comportamento que, tanto do ponto de vista jurídico como, sobretudo, político, tem validado explícita ou tacitamente muitas das opções dos governos de Telavive. (Já agora, é engraçado chamar-se no estrangeiro ‘governo de Telavive’ quando todos os ministérios – exceptuando o da defesa – e o Knesset estão em Jerusalém, a verdadeira capital de Israel.) Mas nem todas as regras são eternas nem as relações são imaculadas, por mais fortes e inquebrantáveis que sejam

E é por isso que, em certas alturas, as coisas correm menos bem. Ontem, Israel sofreu mais dois fortes abalos no seu prestígio internacional, duas afrontas protagonizadas por dois dos seus aliados mais importantes. O Reino Unido expulsou um diplomata israelita por suspeitas de ser um dirigente da Mossad e de ter estado envolvido na falsificação de passaportes britânicos utilizados no assassinato no Dubai de um dirigente do Hamas (Miliband foi bem explícito e bem duro na retórica), há umas semanas atrás, e a reunião Obama – Netanyahu, segundo o New York Times, aparentemente não contribuiu para resolver a tensão surgida nos últimos dias entre os dois grandes aliados. Netanyahu está agora a colher os “frutos diplomáticos” das sementes que foi criando ao longo de um ano de Governo, e parece ficar um pouco isolado relativamente a Londres e Washington. Agora, saber se isso o preocupa ou não é outra questão…  

Março 24, 2010 Posted by | 1 | , , , | Deixe um comentário