Ridículo, ridículo…
Por muito que as fronteiras entre “esquerda” e “direita” tenham vindo a ser matizadas, e por muitas sub-divisões mais sofisticadas que existam, a verdade é que há determinados temas que agradam mais à direita e outros mais à esquerda. Entre estes últimos, duas das suas maiores bandeiras são os direitos das minorias sexuais (Lésbico, Gay, Bisexual e Transgénero – LGBT) e o sentimento anti-Israel. Quanto mais à esquerda, mais pró e mais anti, respectivamente. E, como em todas as posições extremadas, às vezes a vontade de dizer mal é tanta que se cai no ridículo – principalmente quando se tenta conjugar posições em relação a estes temas. É que Israel (sobretudo Telavive) é uma das capitais da tolerância em relação a LGBT. Todos serão bem-vindos na Gay Parade do próximo ano.
Justamente a esta hora, em Lisboa, algumas pessoas devem estar reunidas em frente à Embaixada de Israel para protestar. Para reclamar. Por descriminarem LGBT? Não, por apoiarem LGBT. A Embaixada de Israel em Portugal, uma vez mais, apoia financeiramente o Festival Queer Lisboa, o festival de LGBT. Porque, dizem os militantes, Israel quer passar a ideia de que Israel é um oásis de tolerância, e ocultar a questão palestiniana e o desrespeito pelo direito internacional, etc. Apoio, sim. De Israel, não. Gays, sim. Gays de Israel, não.
Dava-me jeito encontrar uma forma de rematar este texto com alguma piada ou algum comentário, mas isto de facto é tão ridículo que nem vale a pena ir mais além.
Ainda sem comentários.
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